Filiação dos autores:
1-4 [Especializandas, Psiquiatria, Hospital Heidelberg, Curitiba, PR, Brasil]
Editor-chefe responsável pelo artigo: Leonardo Baldaçara
Contribuição dos autores segundo a Taxonomia CRediT: Rodrigues CMK [1], Pissioli IM [12], Denoi AA [13], Hummelgen MC [14]
Conflito de interesses: declara não haver
Fonte de financiamento: declara não haver
Parecer CEP: não se aplica
Recebido em: 03/04/2024 | Aprovado em: 11/04/2024 | Publicado em: 06/05/2024
Como citar: Rodrigues CMK, Pissioli IM, Denoi AA, Hummelgen MC. Resenha do livro: Nardi EG, Quevedo J, Silva AG, organizadores. Transtorno de ansiedade social: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed; 2014. Debates em Psiquiatria, Rio de Janeiro. 2024;14:1-6. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1223
Capítulo 1. Histórico
Capítulo 2. Epidemiologia
Capítulo 3. Hipóteses etiológicas
Capítulo 4. Neurobiologia
Capítulo 5. Modelos animais
Capítulo 6. Psicopatologia e diagnóstico
Capítulo 7. Diagnóstico diferencial
Capítulo 8. Neuroimagem
Capítulo 9. Comorbidades
Capítulo 10. Infância e adolescência
Capítulo 11. Tratamento farmacológico – inibidores seletivos de
recaptação de serotonina
Capítulo 12. Tratamento farmacológico – inibidores da
monoaminoxidase
Capítulo 13. Tratamento farmacológico – benzodiazepínicos
Capítulo 14. Tratamento farmacológico – outros medicamentos e casos
refratários
Capítulo 15. Estimulação magnética transcraniana
Capítulo 16. Terapia cognitivo-comportamental
Capítulo 17. Habilidades sociais
Capítulo 18. Coaching cognitivo-comportamental
Capítulo 19. Escala de avaliação
Palavras-chave: transtornos mentais, fobia social, transtornos fóbicos.
Chapter 1. History
Chapter 2. Epidemiology
Chapter 3. Etiological hypotheses
Chapter 4. Neurobiology
Chapter 5. Animal models
Chapter 6. Psychopathology and diagnosis
Chapter 7. Differential diagnosis
Chapter 8. Neuroimaging
Chapter 9. Comorbidities
Chapter 10. Childhood and adolescence
Chapter 11. Pharmacological treatment – selective serotonin reuptake
inhibitors
Chapter 12. Pharmacological treatment – monoamine oxidase
inhibitors
Chapter 13. Pharmacological treatment – benzodiazepines
Chapter 14. Pharmacological treatment – other medications and
refractory cases
Chapter 15. Transcranial magnetic stimulation
Chapter 16. Cognitive behavioral therapy
Chapter 17. Social skills
Chapter 18. Cognitive-behavioral coaching
Chapter 19. Rating scale
Keywords: mental disorders, phobia social, phobic disorders.
Capítulo 1. Historia
Capítulo 2. Epidemiología
Capítulo 3. Hipótesis etiológicas
Capítulo 4. Neurobiología
Capítulo 5. Modelos animales.
Capítulo 6. Psicopatología y diagnóstico
Capítulo 7. Diagnóstico diferencial.
Capítulo 8. Neuroimagen
Capítulo 9. Comorbilidades
Capítulo 10. Infancia y adolescencia
Capítulo 11. Tratamiento farmacológico – inhibidores selectivos de la
recaptación de serotonina
Capítulo 12. Tratamiento farmacológico – inhibidores de la
monoaminooxidasa
Capítulo 13. Tratamiento farmacológico – benzodiacepinas
Capítulo 14. Tratamiento farmacológico – otros medicamentos y casos
refractarios
Capítulo 15. Estimulación magnética transcraneal
Capítulo 16. Terapia cognitivo-conductual
Capítulo 17. Habilidades sociales
Capítulo 18. Entrenamiento cognitivo-conductual
Capítulo 19. Escala de calificación
Palabras clave: trastornos mentales, fobia social, trastornos fóbicos.
O transtorno de ansiedade social (TAS), caracterizado por medo intenso, persistente e crônico ao passar por qualquer situação social, vem ganhando importância para estudos e pesquisas por ser cada vez mais comum e pouco diagnosticado. Também por ter a capacidade de impactar negativamente na vida social e laborativa de seu portador, caso não seja tratado. Tais condições se justificam por ser um diagnóstico recente, divulgado pela primeira vez em 1980 pelo DSM III.
Dentro deste cenário, o livro Transtorno de ansiedade social: teoria e clínica, publicado em 2014, por Antonio Egido Nardi, João Quevedo e Antônio Geraldo da Silva, fornece uma boa fundamentação teórica e prática do transtorno .
Inicialmente, os autores contam o histórico da ansiedade social, mostrando sua origem no conceito de neurose, no século XVIII, e vai se aprofundando ao longo dos anos, até o século XX, quando esse conceito é subdividido e surgem outros diagnósticos como a ansiedade social.
Ao abordar a epidemiologia, o livro leva em consideração as diferenças culturais, fatores sociodemográficos, apresentação clínica e comorbidades. Somado a isso, relatam-se os impactos sociais e custos referentes à doença. Na época em que foi escrito, estimava-se uma prevalência de 18% em 12 meses do transtorno. Os autores trazem um estudo de 2012, realizado em São Paulo, com uma prevalência de 5,6% ao longo da vida. Já em um artigo publicado em 2021, estudos mostram uma grande amplitude nos valores de prevalência do TAS no país, variando de 1,8 a 42,4% .
Discute-se sobre a etiologia da ansiedade social, com origem multifatorial, levando em consideração a influência familiar, ambiente escolar e traumas, principalmente quando vividos na primeira infância. Mostra-se a herança genética da doença com uma estimativa de hereditariedade de 65%. Outro fator importante é o aspecto neurológico, que leva para estudo o mau funcionamento da estrutura cerebral, disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, hiperativação da amígdala e área cortical e quantidade de neurotransmissores, o que influencia no surgimento e manutenção da doença.
O livro traz os critérios diagnósticos para ansiedade social, segundo DSM-V e CID-10, comorbidades comuns e os principais diagnósticos diferenciais da doença. Expõem-se, também, critérios específicos para fobia social de início precoce. Nesta faixa etária, deve-se avaliar os transtornos de humor e neurodesenvolvimento. E, quanto ao tratamento para essa população, são discutidas opções farmacológicas e psicoterápicas, principalmente a terapia cognitivo comportamental, evidenciando-se que o tratamento combinado é o mais preconizado.
Descreve-se o tratamento farmacológico com os inibidores da recaptação da serotonina, inibidores da monoaminoxidase, benzodiazepínicos e opções para os casos refratários, como antipsicóticos, anticonvulsivantes, betabloqueadores, expondo efeitos colaterais, contra-indicações e eficácia. Outra opção terapêutica é a estimulação magnética transcraniana que, embora tenha efeitos positivos, ainda não possui protocolo para transtornos ansiosos. Ainda nas medidas não farmacológicas, os autores ponderam sobre terapia cognitivo-comportamental, treinamento de habilidades sociais e coaching cognitivo-comportamental.
Em seu último capítulo, escalas para a avaliação de ansiedade social são expostas. Entre elas, a Social Phohia and Anxiety Inventory (SPAI), que considera os critérios diagnósticos do DSM-IV, e também a Social Phohia Inventory (SPIN) e a Mini Social Phohia Inventory (Mini-SPIN), ambas autoadministradas.
Vale ressaltar que o livro foi publicado antes da pandemia do COVID-19 e, por este motivo, não traz informações do impacto do distanciamento social na saúde mental. Estudos em países desenvolvidos demonstraram que as medidas de prevenção e controle poderiam aliviar sintomas de ansiedade social a curto prazo, por remover o fator estressor de contato social. Porém, após o surto e com a necessidade de retorno às interações, os mesmos sintomas podem ser exacerbados .
Por fim, pode-se dizer que a obra traz praticidade e linguagem clara para o entendimento do transtorno de ansiedade social em suas 164 páginas. Por outro lado, como já exposto, faltam dados sobre as repercussões do confinamento imposto pelo COVID-19 em pacientes com TAS.
1. Nardi EG, Quevedo J, Silva AG, organizadores. Transtorno de ansiedade social: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed; 2014.
2. Ramos MM, Cerqueira-Santos E. Ansiedade social: adaptação e evidências de validade da forma curta da Social Interaction Anxiety Scale e da Social Phobia Scale para o Brasil. J Bras Psiquiatr. 2021;70(2):149-56. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000304
3. Carlton CN, Garcia KM, Honaker M, Richey JA, Ollendick TH. 5-year follow-up of adolescents with social anxiety disorder: current functioning during COVID-19. Psychiatry Res. 2023;322:115118. hhttps://doi.org/10.1016/j.psychres.2023.115118 PMID:36842399 PMCID:PMC9940468
4. Lin H, Yang Z, Huo S, Su C, Zhang Z, Rao Y, Yin H. Factors affecting social phobia among Chinese college students in the context of COVID-19 pandemic: a cross-sectional study. Sci Rep. 2023;13:20900. https://doi.org/10.1038/s41598-023-48225-y PMID:38017075 - PMCID:PMC10684864