TY - JOUR AU - Valadares, Gislene Cristina AU - Silva, Antônio Geraldo da AU - Rocha, Renan AU - Rennó Jr., Joel AU - Ribeiro, Hewdy Lobo AU - Cavalsan, Juliana Pires AU - Cantilino, Amaury AU - Ribeiro, Jerônimo de Almeida Mendes PY - 2017/02/28 Y2 - 2024/03/29 TI - Atendimento às vítimas de violência sexual, Parte III: gravidez pós-estupro – revisão integrativa JF - Debates em Psiquiatria JA - Debates em Psiquiatria VL - 7 IS - 1 SE - Artigos de Revisão DO - 10.25118/2763-9037.2017.v7.103 UR - https://revistardp.org.br/revista/article/view/103 SP - 24-33 AB - <p>O cuidado às vítimas de violência sexual exige conhecimento das evidências e treinamento. Exame e acompanhamento psiquiátrico da interrupção legal da gestação e atendimento a grupos familiares incestuosos revelam janelas de vulnerabilidades e oportunidades na prevenção das graves consequências dessas ofensas. O objetivo deste estudo foi reunir conhecimento crítico sobre gravidez indesejada pós-estupro, suas repercussões e abordagens, contribuindo para o desenvolvimento de protocolos e boas práticas. Tratase de revisão integrativa, coleta de dados em fontes secundárias (MEDLINE, EMBASE, PsycINFO), com base na experiência vivenciada pela primeira autora. Os seguintes descritores nas línguas portuguesa e inglesa foram utilizados: transtorno mental, violência sexual, estupro, gravidez e aborto. A amostra foi de 32 artigos científicos e dois da mídia leiga. Com o adoecimento mental e físico das vítimas de violência sexual, a economia mundial perde mais de 8 trilhões de dólaresano (hospitalizações psiquiátricas, dependência de álcool e drogas, suicídio, obesidade, enxaqueca, doenças cardiovasculares, problemas obstétricos), havendo maior peso estatístico para portadoras de déficit intelectual e adolescentes. Existem 37 unidades de saúde no Brasil que atendem gravidez pós-estupro – três possuem assistência psiquiátrica. Milhares dessas gravidezes não são reveladas, geram conflitos, riscos e desafios relativos aos filhos gerados. O aborto legal envolve dificuldades institucionais e emocionais dos profissionais e pacientes frente a decisões complexas e dolorosas antes, durante e após o procedimento. A prontidão cognitivo-afetiva para receber cuidados, quando tardia, compromete a vida de vítimas e seus filhos. Conclui-se que combater e prevenir a transmissão transgeracional da violência de gênero e gravidez pós-estupro deve ser prioridade de saúde pública.</p> ER -