Análise da prevalência e características do burnout em profissionais da saúde que atuaram em hospitais de referência para COVID-19 no ES
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2023.v13.483Palavras-chave:
esgotamento psicológico, esgotamento profissional, burnout, pesquisa etnográfica, intervençãoResumo
Introdução: A doença viral denominada COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, iniciou seu curso infeccioso pela China em dezembro de 2019 e levou a OMS a declarar estado de pandemia global em 30 de janeiro de 2020, afetando drasticamente a saúde física e mental de uma parcela considerável da população mundial. Paralelo a esse quadro, a síndrome de burnout tem uma alta incidência entre os profissionais da área da saúde, principalmente frente a condições adversas de trabalho, dentre as quais podemos destacar uma recém-descoberta pandemia viral com tamanho poder de infectividade como o SARS-CoV-2. Objetivo: Analisar as características e prevalência do burnout presente em profissionais em área de tratamento referência COVID-19, e propor ideias de enfrentamento. Método: A pesquisa é composta de duas etapas: 1- avaliação inicial, e 2- avaliação final. Um questionário sistematizado, com 40 questões, foi aplicado aos profissionais da área. Resultado: Dentre os 96 entrevistados na avaliação inicial, segundo os preditores indicados pelo Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Stress e Síndrome de Burnout, apenas 32 médicos pontuaram dentro dos níveis que sugerem burnout (Baixo, Médio e Alto), sendo que o nível “Médio” das três dimensões analisadas (Exaustão Emocional, Despersonalização, Realização Pessoal) foi o mais prevalente. Conclusão: Diante desse contexto, a caracterização da síndrome de burnout nos profissionais da saúde é de fundamental importância para o delineamento de estratégias de promoção de saúde mental e qualidade de vida destes profissionais, submetidos à alta carga de trabalho e a diversos sentimentos negativos observados.
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