Panorama de óbitos por suicídio no Brasil: análise epidemiológica e temporal de uma década
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2025.v15.1459Palavras-chave:
suicídio, saúde pública, epidemiologia, mortalidade, tendências temporaisResumo
O suicídio é um grave problema de saúde pública, com mais de 700 mil mortes anuais globalmente. No Brasil, compreender as tendências temporais e demográficas é essencial para embasar políticas públicas eficazes. Objetivo: Analisar a tendência temporal e o perfil epidemiológico das mortes por suicídio no Brasil entre 2013 e 2023, impacto da pandemia e projeções futuras até o ano de 2028. Método: Estudo ecológico com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), considerando óbitos por lesões autoprovocadas intencionalmente (CID-10: X60-X84). Avaliaram-se variáveis como unidade federativa, faixa etária, sexo, cor, escolaridade e estado civil. A análise de séries temporais foi feita pelo modelo de regressão linear de Prais-Winsten no STATA 13. Projeções futuras utilizaram a ferramenta de previsão do Microsoft Excel 365. Resultados: De 2013 a 2023, foram registrados 144.566 óbitos, predominando homens (79%) e adultos de 20 a 49 anos (59%). As taxas de mortalidade cresceram (β=0,253; p<0,05), com maior aumento entre jovens de 20 a 29 anos (β=0,402; p<0,001). As mulheres apresentaram crescimento relevante entre 15 e 19 anos (β=0,227; p<0,001). Em 2022, a taxa atingiu 7,66 por 100 mil habitantes. Projeta-se elevação para 8,95 até 2028. Conclusão: A tendência crescente do suicídio no Brasil exige políticas públicas de prevenção voltadas a grupos vulneráveis, com estratégias regionais e interdisciplinares.
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