Fatores associados à não adesão às políticas públicas de uso e venda do álcool no Brasil: I levantamento nacional de álcool e drogas

Autores

  • Carolina de Meneses Gaya Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas, Instituto de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP. Universidade de Franca, Franca, SP.
  • Clarice Sandi Madruga Universidade de Franca, Franca, SP.
  • André de Queiroz Constantino Miguel Universidade de Franca, Franca, SP.
  • Sandro Mitsuhiro Universidade de Franca, Franca, SP.
  • Ilana Pinsky Universidade de Franca, Franca, SP.
  • Raul Caetano University of Texas School of Public Health, Dallas Regional Campus, Dallas, TX, EUA.
  • Ronaldo Laranjeira Universidade de Franca, Franca, SP.

DOI:

https://doi.org/10.25118/2763-9037.2014.v4.182

Palavras-chave:

Políticas públicas, álcool, prevenção

Resumo

Este estudo buscou analisar, em uma amostra representativa da população brasileira, as prevalências de aceitação de políticas relacionadas ao acesso, promoção, prevenção e tratamento dos problemas relacionados ao uso do álcool, bem como sua anuência para possíveis mudanças. Investigou, ainda, o perfil dos indivíduos não favoráveis às políticas por meio de avaliação da associação com variáveis sociodemográficas, consumo de outras substâncias psicotrópicas, acesso a campanhas de prevenção e exposição a propagandas de bebidas. Trata-se de estudo com desenho transversal usando dados do I levantamento Nacional de Álcool e Drogas. Uma amostra de 3.007 participantes responderam escalas sobre 16 políticas restritivas. Uma escala de aceitação foi criada, e o grupo dos 5% que menos aderiam às políticas foi analisado. As associações foram realizadas através de modelos ajustados de regressão logística (StataSE10). Observou-se que a maioria da população investigada apoia as políticas vigentes, assim como a implementação de novas leis de restrição ao consumo de álcool. Os fatores preditores de não aceitação das políticas foram: ser homem, jovem, sem relacionamento estável, com maior escolaridade, não religioso e tabagista. O uso substâncias ilícitas e abuso e/ou dependência de álcool também foram associados a não adesão às políticas de restrição avaliadas. As políticas referindo tratamento para o alcoolismo e restrição de propagandas foram as mais aceitas.Incentiva-se iniciativas de esclarecimento da importância das políticas de saúde pública direcionadas ao perfil do público menos adepto.

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Publicado

2014-12-26

Como Citar

1.
Gaya C de M, Madruga CS, Miguel A de QC, Mitsuhiro S, Pinsky I, Caetano R, Laranjeira R. Fatores associados à não adesão às políticas públicas de uso e venda do álcool no Brasil: I levantamento nacional de álcool e drogas. Debates em Psiquiatria [Internet]. 26º de dezembro de 2014 [citado 19º de dezembro de 2024];4(6):6-13. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/182

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