A psicanálise como uma pseudociência: respondendo a objeções ao seu status pseudocientífico
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2022.v12.409Palavras-chave:
Pseudociência, Psicanálise, Ciência, Metodologia, FilosofiaResumo
Em contribuição à discussão sobre o problema da demarcação aplicado às abordagens da psicologia, Ferreira publicou um artigo sobre o status científico da psicanálise que a classificou como uma pseudociência. Oliveira escreveu um artigo em resposta ao Ferreira, alegando que, embora a psicanálise não seja uma ciência, é incorreto enquadrá-la como uma pseudociência. Defenderemos que os contra-argumentos de Oliveira não são adequados, e não respondem às críticas de Ferreira. Para cumprir nosso objetivo, dividimos o desenvolvimento deste artigo em dez pontos diferentes a serem respondidos, todos presentes na argumentação de Oliveira e que também podem ser facilmente utilizados por outros entusiastas da psicanálise. Esses pontos incluem discussões sobre a testabilidade e a metodologia das ciências naturais como critérios de demarcação, a dependência de critérios Popperianos para avaliar cientificidade da psicanálise, o impacto de teorias do significado para a demarcação de Hansson, a relevância de os proponentes da psicanálise declararem que a mesma é científica para a demarcação, entre outros. Os problemas nos argumentos de Oliveira podem ser divididos em dois grupos principais: (1) na forma como representa a teoria demarcacionista adotada por Ferreira; e (2) pela desconsideração de questionamentos e críticas metateóricas, que são, na realidade, o mais central para todo o debate. Pensamos que Oliveira não obteve sucesso em suas objeções ao Ferreira. Desse modo, ainda há boas razões para considerar a psicanálise uma pseudociência.
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