Atitudes alimentares em acadêmicos de medicina: um estudo analítico transversal

Autores

  • Ana Flávia Losi Graduanda, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil https://orcid.org/0009-0007-1399-869X
  • Luís Henrique Knaul Graduando, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil https://orcid.org/0009-0005-2352-8638
  • Taís Cristina Paludo Graduanda, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil https://orcid.org/0009-0000-7559-5588
  • Tatiane Muniz Barbosa Professora, Medicina, Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3575-1555
  • Paola de Lima Professora, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7647-266X

DOI:

https://doi.org/10.25118/2763-9037.2025.v15.1361

Palavras-chave:

Comportamento Alimentar, Fatores de risco, Medicina, Estudo observacional

Resumo

Introdução: O ato de se alimentar ocupa uma posição influente frente às relações cotidianas devido a sua complexidade relacionada à construção da identidade humana. Os transtornos alimentares (TAs), caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento alimentar, podem configurar aspectos significativos relacionados à integridade da saúde física e mental. Objetivo: Analisar a presença de fatores de risco para o desenvolvimento de TAs durante a graduação em Medicina. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico, com abordagem quanti e qualitativa, seguindo as diretrizes do Strengthening The Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), com aplicação de questionários para acadêmicos de um curso de Medicina em Santa Catarina. O primeiro questionário identifica características sociodemográficas e hábitos de vida, enquanto o Eating Attitudes Test-26, buscou evidenciar sinais e sintomas de TAs. Discussão: Os resultados indicam um predomínio de estudantes do sexo feminino, jovens e que realizam atividade física semanalmente. Dentre os participantes, 40% referiu sofrer influência nos hábitos alimentares, 82% se sentem ansiosos e 58% faziam o uso de droga lícita ou ilícita. Relatam preocupação com os alimentos e com a ideia de haver gordura no corpo, além de pensar em queimar calorias e demonstrar atenção à imagem corporal. A presença de indicativos para o desenvolvimento de TAs se mostrou mais evidente nos acadêmicos do ciclo clínico. Conclusão: As escolas médicas devem contemplar estratégias que busquem a prevenção de transtornos alimentares e a promoção da qualidade de vida para os acadêmicos de medicina, com vistas à saúde mental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Flávia Losi, Graduanda, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil

Luís Henrique Knaul, Graduando, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil

Taís Cristina Paludo, Graduanda, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil

Tatiane Muniz Barbosa, Professora, Medicina, Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil

Paola de Lima, Professora, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil

Referências

.1. Carvalho MCVS. Práticas e saberes na alimentação: natural, racional ou social? In: Luz MT, Barros NF, organizadores. Racionalidades médicas e práticas integrativas em saúde: estudos teóricos e empíricos. Rio de Janeiro: CEPESC; 2012. p. 425-442.

.2. Bock AMB, Furtado O, Teixeira MLT. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva; 2001.

.3. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.

.4. Aidar MOI, Freitas RB, Bastos GCFC, Brasileiro AA, Silva AMTC, Almeida RJ. Fatores associados à suscetibilidade para o desenvolvimento de transtornos alimentares em estudantes internos de um curso de medicina. Rev Bras Educ Med. 2020;44(3):e097. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.3-20190147

.5. Ward ZJ, Rodriguez P, Wright DR, Austin SB, Long MW. Estimation of eating disorders prevalence by age and associations with mortality in a simulated nationally representative US cohort. JAMA Netw Open. 2019;2(10):e1912925. https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2019.12925 PMID:31596495 - PMCID:PMC6802241

.6. Annesi JJ. Effects of a naturally occurring stressor on health behaviors and their psychosocial correlates. Psychol Health Med. 2020;25(5):601-12. https://doi.org/10.1080/13548506.2019.1658882 PMID:31450974

.7. Garner DM, Garfinkel PE. The eating attitudes test: an index of the symptoms of anorexia nervosa. Psychol Med. 1979;9(2):273-9. https://doi.org/10.1017/s0033291700030762 PMID:472072

.8. Nunes MA, Bagatini LF, Abuchaim AL, Kunz A, Ramos D, Silva JA, Somenzi L, Pinheiro A. Distúrbios da conduta alimentar: considerações sobre o Teste de Atitudes Alimentares (EAT). Rev ABP-APAL. 1994;16(1):7-10.

.9. Minella LS. Medicina e feminização em universidades brasileiras: o gênero nas interseções. Rev Estud Fem. 2017;25(3):1111-28. https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n3p1111

.10. Scheffer MC, Cassenote AJF. A feminização da medicina no Brasil. Rev Bioet. 2013;21(2):268-77. https://doi.org/10.1590/S1983-80422013000200010

.11. Barbosa TM, Albino BC, Zanon LZ, Thiesen TT. Acadêmicos de medicina e o impacto do serviço de apoio psicológico. Debates Psiquiatr. 2024;14:1-21. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1149

.12. Mathisen TF, Rosenvinge JH, Friborg O, Vrabel K, Bratland-Sanda S, Pettersen G, Sundgot-Borgen J. Is physical exercise and dietary therapy a feasible alternative to cognitive behavior therapy in treatment of eating disorders? A randomized controlled trial of two group therapies. Int J Eat Disord. 2020;53(4):574-85. https://doi.org/10.1002/eat.23228 PMID:31944339 - PMCID:PMC7187559

.13. Stubbs B, Vancampfort D, Hallgren M, Firth J, Veronese N, Solmi M, Brand S, Cordes J, Malchow B, Gerber M, Schmitt A, Correll CU, De Hert M, Gaughran F, Schneider F, Kinnafick F, Falkai P, Möller HJ, Kahl KG. EPA guidance on physical activity as a treatment for severe mental illness: a meta-review of the evidence and Position Statement from the European Psychiatric Association (EPA), supported by the International Organization of Physical Therapists in Mental Health (IOPTMH). Eur Psychiatry. 2018;54:124-44. https://doi.org/10.1016/j.eurpsy.2018.07.004 PMID:30257806

.14. Jaffa T. Eating disorders and cultures in transition. Child Adolesc Ment Health. 2004;9(3):143. https://doi.org/10.1111/j.1475-3588.2004.00095_1.x PMID:32797490

.15. Lavender JM, Crosby RD, Wonderlich SA. Dimensions in the eating disorders: past, present, and future. Commentary on Wildes and Marcus: incorporating dimensions into the classification of eating disorders. Int J Eat Disord. 2013;46(5):404-7. https://doi.org/10.1002/eat.22121 PMID:23658079

.16. Lima MC, Domingues MS, Cerqueira AT. Prevalência e fatores de risco para transtornos mentais comuns entre estudantes de medicina. Rev Saude Publica. 2006;40(6):1035-41. https://doi.org/10.1590/s0034-89102006000700011 PMID:17173160

.17. Attia E, Guarda AS. Prevention and early identification of eating disorders. JAMA. 2022;327(11):1029-31. https://doi.org/10.1001/jama.2022.2458 PMID:35289893

.18. Crone C, Fochtmann LJ, Attia E, Boland R, Escobar J, Fornari V, Golden N, Guarda A, Jackson-Triche M, Manzo L, Mascolo M, Pierce K, Riddle M, Seritan A, Uniacke B, Zucker N, Yager J, Craig TJ, Hong SH, Medicus J. The American Psychiatric Association practice guideline for the treatment of patients with eating disorders. Am J Psychiatry. 2023;180(2):167-71. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.23180001 PMID:36722117

.19. Nahas L, Mohamad L, Soqia J, Agha LY, Nahas M, Alsaid B. Prevalence and predictors of eating disorders’ risk in medical students at Damascus University: a cross-sectional study. Preprint, 2024 Apr 12. https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-4232158/v1

.20. Skodol AE, Oldham JM, Gallaher PE. Axis II comorbidity of substance use disorders among patients referred for treatment of personality disorders. Am J Psychiatry. 1999;156(5):733-8. https://doi.org/10.1176/ajp.156.5.733 PMID:10327906

.21. Bighetti F. Tradução e validação do Eating Attitudes Test (EAT-26) em adolescentes do sexo feminino na cidade de Ribeirão Preto - SP [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2003. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-12042004-234230/pt-br.php

.22. Fiates GMR, Salles RK. Fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares: um estudo em universitárias. Rev Nutr. 2001;14:3-6. https://doi.org/10.1590/S1415-52732001000400001

.23. Almeida LC, Piologo LF, Barbosa LG, Oliveira Neto JG. Triagem de transtornos alimentares em estudantes universitários na área da saúde. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2016;20(3):230-43.

.24. McVey GL, Kirsh G, Maker D, Walker KS, Mullane J, Laliberte M, Ellis-Claypool J, Vorderbrugge J, Burnett A, Cheung L, Banks L. Promoting positive body image among university students: a collaborative pilot study. Body Image. 2010;7(3):200-4. https://doi.org/10.1016/j.bodyim.2010.02.005 PMID:20227934

.25. Rodrigues CMK, Pissioli IM, Deno AA, Hummelgen MC. Resenha do livro: Appolinario, JC; Nunes MA; Cordás, TA. Transtornos alimentares: diagnóstico e manejo. Artmed; Porto Alegre: Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 2022. Debates Psiquiatr. 2024;14:1-8. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1235

.26. Jacobi C, Hayward C, de Zwaan M, Kraemer HC, Agras WS. Coming to terms with risk factors for eating disorders: application of risk terminology and suggestions for a general taxonomy. Psychol Bull. 2004;130(1):19-65. https://doi.org/10.1037/0033-2909.130.1.19 PMID:14717649

.27. Quaioti TCB, Almeida SS. Determinantes psicobiológicos do comportamento alimentar: uma ênfase em fatores ambientais que contribuem para a obesidade. Psicol USP. 2006;17(4):193–211. https://doi.org/10.1590/S0103-65642006000400011

.28. Fiedler PT. Avaliação da qualidade de vida do estudante de medicina e da influência exercida pela formação acadêmica [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-10072008-161825/publico/PatriciaTempskiFiedler.pdf

.29. Michels N, Man T, Vinck B, Verbeyst L. Dietary changes and its psychosocial moderators during the university examination period. Eur J Nutr. 2020;59:273-86. https://doi.org/10.1007/s00394-019-01906-9 PMID:30684033

.30. Sobral MVAC, Silva RVM, França EFG. Desafios na saúde mental de estudantes universitários nos últimos anos da graduação: uma revisão integrativa. In: Roberti Junior JP, organizador. Caminhos da saúde mental: estratégias para o bem-estar psicológico. Ponta Grossa: Atena; 2023. p. 63-75. https://doi.org/10.22533/at.ed.1942311128

.31. Anacleto-Estrela YC, Rezende ACC, Ferreira-Guedes A, Pereira CO, de-Sousa MNA. Estresse e correlatos com características de saúde e sociodemográficas de estudantes de medicina. CES Med. 2018;32(3):215-2. https://doi.org/10.21615/cesmedicina.32.3.3

Downloads

Publicado

2025-03-08

Como Citar

1.
Losi AF, Knaul LH, Paludo TC, Barbosa TM, Lima P de. Atitudes alimentares em acadêmicos de medicina: um estudo analítico transversal. Debates em Psiquiatria [Internet]. 8º de março de 2025 [citado 10º de março de 2025];15:1-18. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/1361

Edição

Seção

Artigos Originais

Plaudit