Fatores de risco psicossociais e cognitivos para ortorexia nervosa: uma revisão integrativa da literatura recente
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2025.v15.1465Palavras-chave:
ortorexia nervosa, transtorno alimentar, redes sociais, saúde mental, dietas restritivasResumo
Introdução: A ortorexia nervosa (ON) é um comportamento alimentar disfuncional caracterizado por uma obsessão por alimentação saudável. Esse transtorno é influenciado por fatores psicológicos, sociais e comportamentais, sendo as redes sociais um fator central. O conteúdo digital que exalta dietas restritivas e práticas fitness tem contribuído significativamente para a disseminação de padrões alimentares rígidos e potencialmente prejudiciais, especialmente entre adolescentes e mulheres. Objetivo: Esta revisão teve como objetivo identificar os principais fatores predisponentes psicossociais e cognitivos associados à ON, com ênfase no papel das redes sociais e outros mecanismos subjacentes. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida segundo as diretrizes PRISMA. O protocolo de revisão foi registrado no PROSPERO CRD42024594857. Foram analisados 14 estudos publicados recentemente, totalizando uma amostra de 12.628 participantes. Os critérios de inclusão envolveram estudos que abordassem fatores de risco psicológicos, sociais ou comportamentais relacionados à ON. Resultados: As redes sociais mostraram-se fortemente associadas à ON, sobretudo aquelas que promovem dietas restritivas e conteúdo fitness. Padrões alimentares como dietas veganas ou sem glúten, aliados à prática compulsiva de exercícios físicos, contribuem para a manutenção de um ciclo patológico. Fatores psicológicos como estilos de apego inseguros, baixa autoestima e dificuldades na regulação emocional aumentam o risco. A atenção plena apresentou efeitos variados, enquanto a autocompaixão destacou-se como possível fator protetor. Conclusão: O enfrentamento da ON exige uma abordagem multifacetada, com critérios diagnósticos mais claros, ações de saúde pública para reduzir o impacto das redes sociais e intervenções focadas nos fatores psicológicos subjacentes. Pesquisas futuras devem priorizar a identificação precoce e estratégias de prevenção.
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