Homenagem a Juliano Moreira: sinônimo de representatividade e vanguardismo
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1329Palavras-chave:
psiquiatria, história, Juliano MoreiraResumo
Por meio de homenagens, podemos resgatar histórias de personalidades ilustres e ressaltar marcos do passado, seu impacto no presente e torná-los como inspiração para o futuro. Neste sentido, Juliano Moreira se destaca como um dos expoentes que jamais deve cair no ostracismo: responsável por alicerces da psiquiatria brasileira, seu engajamento e pioneirismo foram feitos em uma época ainda mais hostil do que os tempos atuais. Sendo a medicina um curso historicamente elitizado, pessoas de origem socioeconômica humilde e até mesmo negros tiveram seu acesso dificultado, não tendo as mesmas oportunidades que os demais. Indo além, Juliano não só traz uma necessária representatividade, mas sua bagagem e história refutando o racismo científico que, à época, pregava uma “inferioridade biológica” a raças humanas. Passados mais de 90 anos de sua morte, observamos diversos avanços em nossa sociedade e na própria psiquiatria, sustentados em grande parte na luta de agentes como Juliano – pioneiro na reforma psiquiátrica brasileira e no combate à discriminação, sendo esta responsável, por exemplo pelo tratamento diferenciado empregado à época a pessoas abastadas quando comparadas a pacientes sem posses.
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