Avaliação da resiliência em escolares do ensino médio e sua relação com a prevalência de sintomas depressivos e ansiosos

Autores

  • Raquel Zacharias Médica residente, Residência Médica em Psiquiatria, Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), Presidente Prudente, SP.
  • Izabella Bighetti Brito Médica residente, Residência Médica em Psiquiatria, Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), Presidente Prudente, SP.
  • Fabio Molina Fernandes Silva Acadêmico de Medicina, UNOESTE, Presidente Prudente, SP.
  • Mônica Cristina Silva Vieira Acadêmico de Medicina, UNOESTE, Presidente Prudente, SP.
  • Aline Aparecida Buriola Doutora em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR. Docente, Faculdade de Medicina, UNOESTE, Presidente Prudente, SP.
  • Gilmara Peixoto Rister Mestre em Ciências da Saúde pela UNOESTE, Presidente Prudente, SP; Preceptora, Residência Médica em Psiquiatria, Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP.

DOI:

https://doi.org/10.25118/2763-9037.2020.v10.18

Palavras-chave:

Resiliência, adolescência, saúde mental

Resumo

Introdução: A resiliência é um processo interativo, em que as características individuais e as relações interpessoais são determinantes para o enfrentamento dos eventos adversos. Adolescentes resilientes, além de menos vulneráveis a riscos, são mais bemsucedidos às adaptações em situações de estresse. Em contrapartida, indivíduos pouco resilientes apresentam enfrentamento prejudicado face às adversidades, podendo gerar sintomas ansiosos e depressivos. Objetivo: Investigar a relação entre a resiliência e a prevalência de sintomas depressivos e ansiosos em estudantes do ensino médio. Método: Realizou-se um estudo transversal, com amostra composta de 80 matriculados no ensino médio de uma escola pública da cidade de Presidente Prudente (SP). Os instrumentos utilizados foram: Inventário de Depressão Infantil; Escala de Ansiedade de Hamilton; scala de Resiliência de Wagnild & Young; e questionário sociodemográfico elaborado pelos autores. Resultados: A baixa resiliência foi 2,02 vezes mais prevalente em adolescentes com sintomatologia depressiva; no entanto, a prevalência de baixa resiliência foi 2,54 vezes maior em pessoas com renda familiar mais baixa. Estar namorando reduziu em 45% a prevalência de baixa resiliência e demonstrou ser um fator de proteção para promoção de resiliência. A razão de prevalência de baixa resiliência foi 50% maior em adolescentes com forte grau de ansiedade, porém não houve diferença estatística significativa. Conclusões: Com base nas constatações deste estudo, adolescentes com baixa resiliência apresentaram mais indicativos de sintomas depressivos. A resiliência mostrou-se como fator protetor para sintomas de depressão, assim como maior renda familiar e estar namorando demonstraram serem bons preditivos para o desenvolvimento de indivíduos resilientes. Introdução: A resiliência é um processo interativo, em que as características individuais e as relações interpessoais são determinantes para o enfrentamento dos eventos adversos. Adolescentes resilientes, além de menos vulneráveis a riscos, são mais bemsucedidos às adaptações em situações de estresse. Em contrapartida, indivíduos pouco resilientes apresentam enfrentamento prejudicado face às adversidades, podendo gerar sintomas ansiosos e depressivos. Objetivo: Investigar a relação entre a resiliência e a prevalência de sintomas depressivos e ansiosos em estudantes do ensino médio. Método: Realizou-se um estudo transversal, com amostra composta de 80 matriculados no ensino médio de uma escola pública da cidade de Presidente Prudente (SP). Os instrumentos utilizados foram: Inventário de Depressão Infantil; Escala de Ansiedade de Hamilton; scala de Resiliência de Wagnild & Young; e questionário sociodemográfico elaborado pelos autores. Resultados: A baixa resiliência foi 2,02 vezes mais prevalente em adolescentes com sintomatologia depressiva; no entanto, a prevalência de baixa resiliência foi 2,54 vezes maior em pessoas com renda familiar mais baixa. Estar namorando reduziu em 45% a prevalência de baixa resiliência e demonstrou ser um fator de proteção para promoção de resiliência. A razão de prevalência de baixa resiliência foi 50% maior em  adolescentes com forte grau de ansiedade, porém não houve diferença estatística significativa. Conclusões: Com base nas constatações deste estudo, adolescentes com baixa resiliência apresentaram mais indicativos de sintomas depressivos. A resiliência mostrou-se como fator protetor para sintomas de depressão, assim como maior renda familiar e estar namorando demonstraram serem bons preditivos para o desenvolvimento de indivíduos resilientes.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

1.
Zacharias R, Brito IB, Silva FMF, Vieira MCS, Buriola AA, Rister GP. Avaliação da resiliência em escolares do ensino médio e sua relação com a prevalência de sintomas depressivos e ansiosos. Debates em Psiquiatria [Internet]. 1º de dezembro de 2020 [citado 26º de abril de 2024];10(4):10-21. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/18

Edição

Seção

Artigos Originais

Plaudit