Classe de antipsicótico e duração da internação psiquiátrica: um estudo ecológico de 8 anos

Autores

  • Alexandre Balestieri Balan Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC. https://orcid.org/0000-0001-8988-8197
  • Vinicius Brum Prá Médico psiquiatra
  • Raphaela Santos Pellizzaro Médica psiquiatra, Florianópolis, SC.
  • Gabriela Danielski Niehues Faculdade de Medicina, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC.
  • Paulo Roberto Antunes da Silva Médico residente de Psiquiatria, Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina, São José, SC.
  • Ana Paula Costa Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina (UNISOCIESC), Joinville, SC.
  • Alexandre Paim Diaz Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, UNISUL, Palhoça, SC. https://orcid.org/0000-0002-6591-6648

DOI:

https://doi.org/10.25118/2236-918X-8-1-1

Palavras-chave:

Antipsicótico, tempo de hospitalização, internação psiquiátrica

Resumo

Objetivo: Estudos têm demonstrado mudanças nospadrões de prescrição de antipsicóticos nas últimas duasdécadas, com destaque para o aumento na utilização deantipsicóticos atípicos em relação aos típicos. O objetivodeste estudo foi avaliar longitudinalmente a tendênciade prescrição de antipsicóticos típicos e atípicos (excetoclozapina) e sua associação com o tempo médio deinternação em um hospital psiquiátrico. Métodos: Este foi um estudo ecológico. Dados sobre aprescrição de antipsicóticos e tempo médio de internaçãohospitalar de janeiro de 2007 a dezembro de 2014 foramfornecidos pela farmácia e pelo Serviço de ArquivoMédico e Estatística do Instituto de Psiquiatria de SantaCatarina, respectivamente. Utilizaram-se análises deregressão linear simples para avaliar a associação entreas variáveis independentes e o desfecho. Resultados:Durante os 8 anos de observação doestudo, houve um aumento da prescrição de antipsicóticosatípicos [coeficiente B = 0,0037; intervalo de confiançade 95% (IC95%) 0,0033 a 0,0041; p < 0,001] e reduçãoda prescrição de antipsicóticos típicos (coeficiente B= -0,009; IC95% -0,01 a -0,008; p < 0,001) medidosem dose diária definida. Não houve associação entreprescrição de antipsicóticos, típicos ou atípicos, e tempomédio mensal de internação hospitalar. Foi observadoum aumento na taxa de ocupação hospitalar no período,com frequente sobrelotação. Conclusão: O padrão mundialmente observadode aumento na prescrição de antipsicóticos atípicostambém foi constatado neste estudo. Não houve associação entre esse aumento e o tempo médio deinternação hospitalar. Apesar de não ser objetivo desseestudo, a sobrelotação observada merece atenção dosgestores públicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Jeppesen RM, Christensen T, Vestergaard CH. Changes in the utilization of psychiatric hospital facilities in Denmark by patients diagnosed with schizophrenia from 1970 through 2012: The advent of ‚revolving door‘ patients. Acta Psychiatr Scand. 2016;133:419-25.

Sim K, Su HC, Fujii S, Yang SY, Chong MY, Ungvari G, et al. High-dose antipsychotic use in schizophrenia: a comparison between the 2001

and 2004 Research on East Asia Psychotropic Prescription (REAP) studies. Br J Clin Pharmacol. 2009;67:110-7.

Medel-Herrero A, Amate JM, Saz-Parkinson Z, Gómez-Beneyto M. Changing trends in hospitalization rates associated with psychosis: Spain, 1980-2009. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2015;50:1843-55.

Rosenheck RA, Leslie DL, Sindelar J, Miller EA, Lin H, Stroup TS, et al. Cost-effectiveness of secondgeneration antipsychotics and perphenazine in a randomized trial of treatment for chronic schizophrenia. Am J Psychiatry. 2006;163:2080-9.

Shen WW. A history of antipsychotic drug development. Compr Psychiatry. 1999;40:407-14.

Kaye JA, Bradbury BD, Jick H. Changes in antipsychotic drug prescribing by general practitioners in the United Kingdom from 1991 to 2000: a population-based observational study. Br J Clin Pharmacol. 2003;56:569-75.

Shinfuku N, Tan CH. Pharmacotherapy for schizophrenic inpatients in East Asia--changes and challenges. Int Rev Psychiatry. 2008;20:460-8.

Weinbrenner S, Assion HJ, Stargardt T, Busse R, Juckel G, Gericke CA. Drug prescription patterns in schizophrenia outpatients: analysisof data from a German health insurance fund. Pharmacopsychiatry. 2009;42:66-71.

Prah P, Petersen I, Nazareth I, Walters K, Osborn D. National changes in oral antipsychotic treatment for people with schizophrenia in primary care between 1998 and 2007 in the United Kingdom. Pharmacoepidemiol Drug Saf. 2012;21:161-9.

Chong MY, Tan CH, Fujii S, Yang SY, Ungvari GS, Si T, et al. Antipsychotic drug prescription for schizophrenia in East Asia: rationale for change. Psychiatry Clin Neurosci. 2004;58:61-7.

Leucht S, Cipriani A, Spineli L, Mavridis D, Orey D, Richter F, et al. Comparative efficacy and tolerability of 15 antipsychotic drugs in

schizophrenia: a multiple-treatments metaanalysis. Lancet. 2013;382:951-62.

Wahlbeck K, Cheine M, Essali A, Adams C. Evidence of clozapine’s effectiveness in schizophrenia: a systematic review and metaanalysis of randomized trials. Am J Psychiatry. 1999;156:990-9.

Johnsen E. Review: metabolic side effects of second-generation antipsychotics. Evid Based Ment Health. 2011;14:47.

WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology. Guidelines for ATC classification and DDD assignment – 2018. Oslo: Norwegian

Institute of Public Health; 2017. https://www.whocc.no/filearchive/publications/guidelines.pdf

Yatham LN, Kennedy SH, Parikh SV, Schaffer A, Beaulieu S, Alda M, et al. Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) collaborative update of CANMAT guidelines for the management of patients with bipolar disorder: update 2013. Bipolar Disord. 2013;15:1-44.

Lam RW, Kennedy SH, Grigoriadis S, McIntyre RS, Milev R, Ramasubbu R, et al. Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) clinical guidelines for the management of major depressive disorder in adults. III. Pharmacotherapy. J Affect Disord. 2009;117:S26-43.

Sim K, Su A, Leong JY, Yip K, Chong MY, Fujii S, et al. High dose antipsychotic use in schizophrenia: findings of the REAP (research on east Asia psychotropic prescriptions) study. Pharmacopsychiatry. 2004;37:175-9.

Kendall T. The rise and fall of the atypical antipsychotics. Br J Psychiatry. 2011;199:266-8.

Masan PS. Atypical antipsychotics in the treatment of affective symptoms: a review. Ann Clin Psychiatry. 2004;16:3-13.

Wysowski DK, Baum C. Antipsychotic drug use in the United States, 1976-1985. Arch Gen Psychiatry. 1989;46:929-32.

Dolder CR, Lacro JP, Dunn LB, Jeste DV. Antipsychotic medication adherence: is there a difference between typical and atypical agents?

Am J Psychiatry. 2002;159:103-8.

Ascher-Svanum H, Zhu B, Faries D, Landbloom R, Swartz M, Swanson J. Time to discontinuation of atypical versus typical antipsychotics in the naturalistic treatment of schizophrenia. BMC Psychiatry. 2006;6:8.

Sun SX, Liu GG, Christensen DB, Fu AZ. Review and analysis of hospitalization costs associated with antipsychotic nonadherence in the treatment of schizophrenia in the United States. Curr Med Res Opin. 2007;23:2305-12.

Gilmer TP, Dolder CR, Lacro JP, Folsom DP, Lindamer L, Garcia P, et al. Adherence to treatment with antipsychotic medication and health

care costs among Medicaid beneficiaries with schizophrenia. Am J Psychiatry. 2004;161:692-9.

Correll CU, De Hert M. Antipsychotics for acute schizophrenia: making choices. Lancet. 2013;382:919-20.

Downloads

Publicado

2018-02-28

Como Citar

1.
Balan AB, Prá VB, Pellizzaro RS, Niehues GD, Silva PRA da, Costa AP, Diaz AP. Classe de antipsicótico e duração da internação psiquiátrica: um estudo ecológico de 8 anos. Debates em Psiquiatria [Internet]. 28º de fevereiro de 2018 [citado 19º de dezembro de 2024];8(1):6-13. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/306

Edição

Seção

Artigos Originais

Plaudit

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>