Efeito do nível educacional distinto na cognição geral entre duas regiões geopolíticas

Resumo

Introdução: Países em desenvolvimento apresentam maior heterogeneidade na qualidade educacional, um reflexo da complexa diversidade socioeconômica e cultural. Sabe-se que a escolarização afeta o resultado em testes neuropsicológicos, e as normas desses instrumentos, geralmente, são divididas por anos educacionais. Diferenças no efeito da educação sobre cognição podem resultar em erros de diagnóstico. Objetivo: O presente trabalho objetivou comparar o efeito da escolarização sobre a cognição geral em idosos de duas regiões geopolíticas. Método: 125 idosos saudáveis ​​provenientes do nordeste (NE) ​ e 115 do sudeste (SE), com similar alcance, média e variância do nível educacional (p = 0,52) realizaram a Escala de Avaliação da Demência (DRS-Mattis). A variância residual desse instrumento, após regressão do efeito de idade, foi utilizada nas análises. A educação foi dividida em ensino primário (1-4 anos), ensino fundamental-médio (5-11 anos) e graduação (³12 anos). Resultado: Observou-se efeito distinto da educação, de acordo com a região, para a memória episódica e visioconstrução. Comparando os tamanhos de efeito simples para o nível educacional por região, há um efeito médio (r = 0,30) para o nível primário, tendo o grupo NE um desempenho significativamente menor. Conclusão: O efeito da educação na cognição geral é semelhante nas duas regiões, mas os idosos com nível primário têm desempenho significativamente diferente dependendo de sua região. Desigualdade na educação primária pode estar relacionada a outros fatores socioeconômicos apresentada por cada região. Destacamos a importância de se estudar amostras representativas em países heterogêneos como o Brasil, evitando erros de avaliação clínica ao usar normas restritas.