Historiografia nosológica psiquiátrica - Parte I: até a ascensão e queda da teoria psicodinâmica

Autores

  • Marleide de Mota Gomes Professor Titular de Neurologia, Laboratório de História da Psiquiatria, Neurologia e Saúde Mental; Instituto de Psiquiatria; Instituto de Neurologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8889-2573
  • Mauro Vitor Mendlowicz Professor Titular de Psiquiatria, Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói, RJ, Brasil
  • Antonio Egidio Nardi Professor Titular de Psiquiatria, Laboratório de História da Psiquiatria; Neurologia e Saúde Mental; Instituto de Psiquiatria, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Academia Brasileira de Ciências; Academia Nacional de Medicina; Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2152-4669

DOI:

https://doi.org/10.25118/2763-9037.2023.v13.1031

Palavras-chave:

classificação, psiquiatria, psicofarmacologia, neurociências, nosologia, taxonomia, história da medicina

Resumo

Introdução: A história da psiquiatria abrange a evolução dos conceitos sobre a relação entre corpo e mente e também da definição de normalidade, que dependem dos conhecimentos e costumes de diferentes épocas e lugares. Para uma melhor compreensão deste percurso, este estudo privilegiou a apresentação das figuras influentes na construção da nosologia e das classificações psiquiátricas desdobradas sobretudo numa base descritiva ou causal, desde a condução psíquica ou somática, desde o Renascimento ocidental. Devido à extensão deste percurso histórico, este estudo está dividido em duas partes. Este artigo, o primeiro de uma série de duas partes, é um preâmbulo ao desenvolvimento da nova nosografia e psicofarmacologia do século XXI, mérito do segundo artigo desta série. Método: Revisão narrativa baseada em fontes secundárias. Resultados: A primeira parte inclui uma revisão de estudos anteriores concluindo que a construção da nosografia psiquiátrica tem muitas estações e passa ao longo do século XVIII por classificações mórbidas mais estruturadas baseadas em taxonomias das ciências naturais. As classificações psiquiátricas navegam no percurso entre diferentes teorias psiquiátricas, muitas vezes marcadas por preconceitos inerentes, ao lado dos avanços alcançados na neurociência e nas suas intrincadas conexões com a fisiologia das emoções, da cognição e dos comportamentos, lançando luz sobre os seus desvios ou distúrbios. Esta evolução caminha paralelamente à da macro e microanatomia, fisiologia, química, farmacologia, genética, medicina interna, principalmente neurologia, acompanhada de técnicas de avaliação que também alcançam a imagem dependente do nível de oxigênio no sangue (BOLD) fMRI (magnética funcional). ressonância magnética) que estudam indiretamente a ação dos neurotransmissores e da sinalização neuronal. A abordagem biológica contrasta com a teoria psicodinâmica, particularmente dominante até aproximadamente meados do século XX. Conclusão: O estudo da noso-historiografia psiquiátrica ajuda a compreender a evolução conceptual das doenças mentais e a importância mais recente da psicofarmacologia para esta.

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Biografia do Autor

Marleide de Mota Gomes, Professor Titular de Neurologia, Laboratório de História da Psiquiatria, Neurologia e Saúde Mental; Instituto de Psiquiatria; Instituto de Neurologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mauro Vitor Mendlowicz, Professor Titular de Psiquiatria, Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói, RJ, Brasil

Antonio Egidio Nardi, Professor Titular de Psiquiatria, Laboratório de História da Psiquiatria; Neurologia e Saúde Mental; Instituto de Psiquiatria, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Academia Brasileira de Ciências; Academia Nacional de Medicina; Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Publicado

2023-12-20

Como Citar

1.
Gomes M de M, Mendlowicz MV, Nardi AE. Historiografia nosológica psiquiátrica - Parte I: até a ascensão e queda da teoria psicodinâmica. Debates em Psiquiatria [Internet]. 20º de dezembro de 2023 [citado 19º de dezembro de 2024];13:1-25. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/1031

Edição

Seção

Artigos Originais

Plaudit

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