Uso de drogas por pessoas com transtorno mental grave: percepção do usuário e de seus familiares
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2018.v8.311Palabras clave:
Comorbidade, família, transtornos relacionados ao uso de substânciasResumen
Entre as comorbidades psiquiátricas, destaca-se a associação de transtornos mentais graves (TMG) com transtornos por uso de substâncias (TUS). A prevalência dessa comorbidade varia de 20 a 42%. O uso de drogas possui relação bidirecional com os TMG, comprometendo a evolução de ambos os quadros. Neste estudo, avaliou-se a percepção de pessoas que apresentam comorbidade de TUS com TMG, internados em uma enfermaria de psiquiatria de um hospital geral, e de seus familiares quanto ao impacto do uso de drogas sobre o seu transtorno mental. O TUS foi avaliado utilizando-se o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test e o Mini International Neuropsychiatric Interview. Para avaliar a percepção de usuários e familiares, utilizaram-se as questões disparadoras: “Você acha que o seu uso de drogas tem impacto em seu problema psiquiátrico?”, “Em uma escala de 0 a 10, qual o impacto do uso de drogas sobre seu transtorno mental?” e “Você poderia justificar a sua resposta?”. Foram avaliadas 110 pessoas internadas e seus familiares; 31% eram dependentes atuais de alguma droga (excluindo o tabaco). Os diagnósticos mais frequentes foram esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar. Entre os dependentes, a nota média de impacto do uso de drogas sobre o transtorno mental foi de 4,5, e entre os familiares, 7,8. Para os usuários, automedicação, pertencimento a grupo e dificuldade de controle justificaram o uso, e para os familiares, o impacto negativo e o medo do futuro se destacaramcomo preocupações. A diferença de percepção entre pacientes e familiares indica a necessidade de adequação das estratégias de abordagem.
Descargas
Métricas
Citas
Zaleski M, Laranjeira RR, Marques ACPR, Ratto L, Romano M, Alves HNP, et al. Diretrizes da associação brasileira de estudos do álcool e outras drogas (ABEAD) para o diagnóstico e tratamento de comorbidades psiquiátricas e dependência de álcool e outras substâncias. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28:42-8.
Kessler RC, Berglund P, Demler O, Jin R, Merikangas KR, Walters EE. Lifeti me prevalence and age-ofonset distributi ons of DSM-IV disorders in the nati onal comorbidity survey replicati on. Arch Gen Psychiatry. 2005;62:593-602.
Watkins TR, Lewellen A, Barret M. Issues and problems with dual diagnosis. In: Dual diagnosis: an integrated approach to treatment. Thousand Oaks: Sage; 2001. p. 11-24.
Steadman HJ, Mulvey EP, Monahan J, Robbins PC, Appelbaum PS, Grisso T, et al. Violence by people discharged from acute psychiatric inpati ents faciliti es and by others in the same neighborhoods. Arch Gen Psychiatry. 1998;55:393-401.
Torrens M, Marti n-Santos R, Samet S. Importance of clinical diagnoses for comorbidity studies in substance use disorders. Neurotox Res. 2006;10:253-61.
Ratt o LRC. Prevalência da comorbidade entre transtornos mentais graves e transtornos devido ao uso de substâncias psicoativas em São Paulo, Brasil [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2000.
Menezes PR, Johnson S, Thornicroft G, Marshall J, Prosser D, Bebbington P, et al. Drug and alcohol problems among individuals with severe mental illnesses in south London. Br J Psychiatry. 1996;168:612-9.
Yesavage J, Zarcone V. History of drug abuse and dangerous behaviour in inpati ent schizophrenics. J Clin Psychiatry. 1993;44:259-61.
Bartels SJ, Drake RE. Depressive symptoms in schizophrenia: comprehensive diff erencial diagnoses. Compr Psychiatry. 1988;29:467-83.
Clark RE, Drake RE. Expenditures oft ime and money by families of people with severe mental illness and substance use disorders. Community Ment Health J. 1994;30:145-63.
Capistrano FC, Ferreira ACZ, Maft um MA, Kalinke LP, Mantovani MF. Impacto social do uso abusivo de drogas para dependentes químicos registrados em prontuários. Cogitare Enferm. 2013;18:468-74.
Mazuca KPP, Sardinha LS. Dependência do álcool: a importância da família no tratamento e na prevenção da recaída. Bol Inic Cient Psicol. 2000;1:23-31.
Bezerra VC, Linhares ACB. A família, o adolescente e o uso de drogas. Cad Juv Saude Desenv. 1999;1:184-97.
Hospital de Clínicas. Especialidades [Internet]. [cited 2015 Aug 2]. www.hc.unicamp.br/?q=node/58
Silva IFS, De Micheli D, Lacerda RB, Lacerda LA, Formigoni MLO. Validação da versão brasileira do teste de triagem do envolvimento com álcool, cigarro e outras substâncias (ASSIST). Rev Assoc Med Bras. 2004;50:199-206.
Sheehan DV, Lecrubier Y, Harnett -Sheehan K, Janavs J, Weiller E, Keskiner A, et al. The validity of the Mini Internati onal Neuropsychiatric Interview (MINI) according to the SCID-P and its reliability. Eur Psychiatry. 1997;12:232-41.
Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Fonseca AM, Carlini CM, Oliveira LG, et al. II levantamento domiciliar sobre uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país - 2005. Brasília/São Paulo: Secretaria Nacional Anti drogas/Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Universidade Federal de São Paulo; 2007.
Di Doi WE. The use of psychoacti ve substances and psychiatric comorbidity: an epidemiological study in the Hospital Dr. Emilio Vidal Abal - Córdoba. Córdoba: Univerti ty Córdoba; 2012.
Ratt o L, Cordeiro D. Principais comorbidades psiquiátricas na dependência química. In: Figlie NB, Bordin S, Laranjeira R. Aconselhamento em dependência química. São Paulo: Roca; 2010, p. 199-217.
Pacek LR, Mauro PM, Marti ns SS. Perceived risk of regular cannabis use in the United States from 2002 to 2012: diff erences by sex, age, and race/ethnicity. Drug Alcohol Depend. 2015;149:232-44.
Hasin DS, Sarvet AL, Cerdá M, Keyes KM, Stohl M, Galea S, et al. US adult illicit cannabis use, cannabis use disorder, and medical marijuana laws: 1991-1992 to 2012-2013. JAMA Psychiatry. 2017;74:579-88.
Calabria B, Swift W, Slade T, Hall W, Copeland J. The perceived health risks of cannabis use in an Australian household survey. Drug Alcohol Rev. 2012;31:809-12.
Darke S, Torok M. Atti tudes of regular injecti ng drug users towards the legal status of the major illicit drugs. Drug Alcohol Rev. 2013;32:483-8.
Wilkinson ST, van Schalkwyk GI, Davidson L, D’Souza DC. The formati on of marijuana risk percepti on in a populati on of substance abusing pati ents. Psychiatr Q. 2016;87:177-87.
Degenhardt L, Hall W, Lynskey M. Alcohol, cannabis and tobacco use among Australians: a comparison of their associati ons with other drug use and use disorders, aff ecti ve and anxiety disorders, and psychosis. Addicti on. 2001;96:1603-14.
Lader M. Addicti on and the pharmacology of cannabis: implicati ons for medicine and the law.Med Sci Law. 2009;49:1-17.
Sewell RA, Skosnik P, Garcia-Sosa I, Ranganathan M, D’Souza DC. Efeitos comportamentais, cogniti vos e psicofi siológicos dos canabinoides: relevância para a psicose e a esquizofrenia. Rev Bras Psiquiatr. 2010;32:515-30.
Le Bec PY, Fatséas M, Denis C, Lavie E, Auriacombe M. Cannabis and psychosis: search of a causal link through a criti cal and systemati c review. Encephale. 2009;35:377-85.
Zammit S, Moore TH, Lingford-Hughes A, Barnes TR, Jones PB, Burke M, et al. Eff ects of cannabis use on outcomes of psychoti c disorders: systemati c review. Br J Psychiatry. 2008;193:357-63.
Fontanella BJB, Mello GA, Demarzo MMP, Turato ER. Percepção da síndrome de dependência por pacientes em tratamento. J Bras Psiquiatr. 2008;57:196-202.
Varney SM, Rohsenow DJ, Dey NA, Myers MG, Zwick WR, Monti PM. Factors associatedwith help seeking and perceived dependence among cocaine users. Am J Drug Alcohol Abuse. 1995;21:81-91.
Bitt encourt SA, Oliveira MS, Souza CC. Estudo de relações entre fobia social e uso do álcool. Rev Bras Ter Cogn. 2005;1:135-46.
Carrigan MH, Randall CL. Self – medicati on in social phobia: a review of the alcohol literature. Addict Behav. 2003;28:269-84.
Gabatz RIB, Johann M, Terra MG, Padoin SM, Silva AA, Brum JL. Percepção do usuário sobre a droga em sua vida. Esc Anna Nery. 2013;17:520-5.
Silva EA, Ferri CP, Formigoni MLOS. Situações de recaída em pacientes dependentes de álcool e outras drogas durante o tratamento: um estudo preliminar. J Bras Psiquiatr. 1995;44:311-5.
Borba L de O, Schwartz E, Kantorski LP. A sobrecarga da família que convive com a realidade do transtorno mental. Acta Paul Enferm. 2008;21:588-94.
Aragão ATM, Milagres E, Figlie NB. Qualidade de vida e desesperança em familiares de dependentes químicos. Psico USF. 2009;14:117-23.
Matos MTS, Pinto FJM, Jorge MSB. Grupo de orientação familiar em dependência química: uma avaliação sob a percepção dos familiares parti cipantes. Rev Baiana Saude Publica. 2008;32:58-71.
Haskell R, Graham K, Bernards S, Flynn A, Wells S. Service user and family member perspecti ves on services for mental health, substance use/addicti on, and violence: a qualitati ve study of their goals, experiences and recommendati ons. Int J Ment Health Syst. 2016;10:9.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Debates em Psiquiatria permite que el (los) autor (es) mantenga(n) sus derechos de autor sin restricciones. Permite al (los) autor (es) conservar sus derechos de publicación sin restricciones. Los autores deben garantizar que el artículo es un trabajo original sin fabricación, fraude o plagio; no infringe ningún derecho de autor o derecho de propiedad de terceros. Los autores también deben garantizar que cada uno atendió a los requisitos de autoría conforme a la recomendación del ICMJE y entienden que, si el artículo o parte de él es fallido o fraudulento, cada autor comparte la responsabilidad.
Reconocimiento-NoComercial 4.0 internacional (CC BY-NC 4.0) - Debates em Psiquiatria es regida por la licencia CC-BY-NC
Usted es libre de:
- Compartir — copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato
- Adaptar — remezclar, transformar y crear a partir del material
El licenciador no puede revocar estas libertades mientras cumpla con los términos de la licencia. Bajo las condiciones siguientes:
- Reconocimiento — Debe reconocer adecuadamente la autoría, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios<. Puede hacerlo de cualquier manera razonable, pero no de una manera que sugiera que tiene el apoyo del licenciador o lo recibe por el uso que hace.
- NoComercial — No puede utilizar el material para una finalidad comercial.
No hay restricciones adicionales — No puede aplicar términos legales o medidas tecnológicas que legalmente restrinjan realizar aquello que la licencia permite.