Saúde mental no Brasil: desafios para as políticas públicas e legislação
DOI:
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2025.v15.1409Palavras-chave:
Psiquiatria, Saúde Mental, Políticas Públicas de Saúde, Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), direitos do pacienteResumo
Introdução: A saúde mental no Brasil enfrenta uma realidade alarmante. Cerca de 18 milhões de brasileiros convivem com transtornos mentais graves, e a taxa de suicídio no país segue uma trajetória de crescimento que contrasta com a redução global. Esse cenário reflete tanto as limitações no acesso ao diagnóstico e tratamento quanto os desafios estruturais nas políticas públicas voltadas à saúde mental. Em um contexto de fragilidade das redes de cuidado, iniciativas legislativas baseadas em evidências tornam-se um elemento crucial para a mudança de paradigma. Objetivo: Analisar e identificar iniciativas legislativas voltadas à formulação de políticas públicas para a saúde mental no Brasil, com foco nas lacunas críticas e nas necessidades de melhorias no acesso ao tratamento, inclusão social e financiamento de tecnologias terapêuticas. Método: Revisão narrativa com base em literatura científica, documentos oficiais e dados epidemiológicos. Resultados: A política de saúde mental no Brasil tem sido historicamente marcada pela descontinuidade e pela priorização de abordagens ideológicas em detrimento de evidências científicas. Conclusões: Ao articular ciência, prática clínica e advocacy, as iniciativas legislativas que visam priorizar a saúde mental na agenda pública têm um papel essencial em reforçar o compromisso com a promoção, prevenção, assistência e reabilitação dessa área, buscando o bem-estar da população.
Downloads
Métricas
Referências
.1. GBD 2019 Risk Factors Collaborators. Global burden of 87 risk factors in 204 countries and territories, 1990-2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet. 2020;396(10258):1223-49. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(20)30752-2 PMID:33069327 - PMCID:PMC7566194 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30752-2
.2. World Health Organization. Mental Health Atlas 2020. Geneva: World Health Organization; 2021. https://www.who.int/publications/i/item/9789240036703
.3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; [citado em 7 de dezembro de 2024]. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html
.4. Patel V, Saxena S, Lund C, Kohrt B, Kieling C, Sunkel C, Kola L, Chang O, Charlson F, O'Neill K, Herrman H. Transforming mental health systems globally: principles and policy recommendations. Lancet. 2023;402(10402):656-66. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(23)00918-2 PMID:37597892 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)00918-2
.5. World Health Organization. Suicide worldwide in 2019: global health estimates. Geneva: World Health Organization; 2021. https://apps.who.int/iris/handle/10665/341728
.6. Bertolote JM, Fleischmann A. A global perspective in the epidemiology of suicide. Suicidologi. 2002;7(2):6-8. https://doi.org/10.5617/suicidologi.2330 DOI: https://doi.org/10.5617/suicidologi.2330
.7. Brasil, Ministério da Saúde. Elenco de medicamentos e insumos do programa farmácia popular do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2024. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/farmacia-popular/arquivos/elenco-de-medicamentos-e-insumos.pdf
.8. National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. London: NICE Guidelines; 2022. https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
.9. UK ECT Review Group. Efficacy and safety of electroconvulsive therapy in depressive disorders: a systematic review and meta-analysis. Lancet. 2003;361(9360):799-808. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(03)12705-5 PMID:12642045 DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(03)12705-5
.10. Erdos J, Riegelnegg M, Sawalha R. Electroconvulsive therapy in treatment-resistant depression and treatment-resistant schizophrenia. Vienna: Austrian Institute for Health Technology; 2024. (AIHTA Decision Support Documents; no. 140). https://eprints.aihta.at/1526/1/DSD_140.pdf
.11. World Health Organization. Live life: an implementation guide for suicide prevention. Geneva: World Health Organization; 2021. https://www.who.int/publications/i/item/9789240026629
.12. Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde. Suicídio na América Latina e Caribe: relatório 2022. Washington: Organização Mundial de Saúde; 2022. https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-prevencao-ao-suicidio-2022
.13. Alves FJO, Fialho E, Araújo JAP, Naslund JA, Barreto ML, Patel V, Machado DB. The rising trends of self-harm in Brazil: an ecological analysis of notifications, hospitalisations, and mortality between 2011 and 2022. Lancet Reg Health Am. 2024;31:100691. https://doi.org/10.1016/j.lana.2024.100691 PMID:38500959 PMCID:PMC10945432 DOI: https://doi.org/10.1016/j.lana.2024.100691
.14. Supremo Tribunal Federal. RE 635.659 (Tema 506): Porte de pequena quantidade de maconha para uso pessoal. Brasília: Supremo Tribunal Federal; 2024. https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RE635659Tema506informaosociedaderev.LCFSP20h10.pdf
.15. Brasil, Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html
.16. Goffman E. Stigma: notes on the management of spoiled identity. New York: Simon & Schuster Inc.; 1963.
.17. Corrigan PW, Morris SB, Michaels PJ, Rafacz JD, Rüsch N. Challenging the public stigma of mental illness: a meta-analysis of outcome studies. Psychiatr Serv. 2012;63(10):963-73. https://doi.org/10.1176/appi.ps.201100529 PMID:23032675 DOI: https://doi.org/10.1176/appi.ps.201100529
.18. Weber CAT. Rumos da saúde mental no Brasil após 1980. Debates Psiquiatr. 2013;3(3):14-22. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2013.v3.373 DOI: https://doi.org/10.25118/2763-9037.2013.v3.373
.19. Andreoli SB, Almeida-Filho N, Martin D, Mateus MD, Mari Jde J. Is psychiatric reform a strategy for reducing the mental health budget? The case of Brazil. Braz J Psychiatry. 2007;29(1):43-6. PMID:17435928 DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-44462007000100013
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 César Augusto Trinta Weber, Antônio Geraldo da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Debates em Psiquiatria permite que o (s) autor (es) mantenha(m) seus direitos autorais sem restrições. Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) - Debates em Psiquiatria é regida pela licença CC-BY-NC